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Bandeira no chão

          No universo do Escotismo, a cerimônia de hasteamento e arriamento da bandeira é um dos momentos mais solenes e respeitados. Realizado com disciplina e seguindo uma tradição original, o ritual segue a proposta estabelecida por Baden-Powell, fundador do Movimento Escoteiro, e mantém a forte influência da tradição inglesa.


          O protocolo escoteiro estabelece que o hasteamento e o arriamento sejam conduzidos por duas pessoas: uma posicionada junto ao mastro e outra à frente, formando um triângulo retângulo com a adriça, o cabo que ergue a bandeira. Esse posicionamento tem um objetivo prático e simbólico, garantindo que o símbolo nacional e as demais bandeiras de seções sejam içadas com destaque e dignidade.

          Um equívoco recorrente ocorre quando a bandeira é segurada de forma improvisada, seja apoiada sobre o ombro ou suspensa com uma mão, na tentativa de evitar que toque o solo. A solução para esse problema não está em malabarismos, mas sim em ajustes prévios.

          Se o mastro for curto demais para o tamanho da bandeira ou se a adriça for muito longa, haverá sempre o risco de a bandeira arrastar no chão. Para evitar esse problema, a recomendação é simples: utilizar mastros adequados às dimensões da bandeira e garantir que a adriça esteja na medida correta. Como dito, se a bandeira arrasta no chão quase sempre é porque a adriça está longa demais. Além disso, os jovens devem ser orientados para que, ao iniciar a cerimônia, a tralha da bandeira (parte branca com ilhoses) já esteja integrada a esse triângulo, evitando qualquer risco de contato com o solo.

          No Brasil, o mais usual é utilizar a bandeira de dois panos (130 cm x 90 cm) para cerimônias oficiais e, nas atividades internas, utilizam-se as bandeiras das seções, que variam conforme o ramo: amarelo para Lobinhos, verde para Escoteiros, grená para Seniores e vermelho para Pioneiros. Esses estandartes são desenhados pelas próprias seções, reforçando a identidade de cada ramo.

          Além do aspecto técnico, há de se ressaltar o valor educativo na cerimônia. O respeito à bandeira e o cumprimento do protocolo fazem parte da formação dos jovens no Escotismo. Assim, o erro não está em corrigir uma bandeira que caiu, mas sim em não ter se preparado para evitar que isso acontecesse.

          O segredo para um ritual impecável não está na improvisação, mas na organização. Com ajustes adequados e respeito ao cerimonial, a cerimônia da bandeira cumpre seu papel de formar cidadãos atentos à disciplina, ao respeito e à tradição.

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